GARANHUNS RELEMBRA OS 18 ANOS DA MORTE DE ALUÍZIO ALVES, O RADIALISTA QUE MARCOU GERAÇÕES NA RONDA POLICIAL
Ouvintes e filhos relembram o comunicador que transformou o rádio em tribuna popular
Nesta sexta-feira (12), completam-se 18 anos da morte do radialista Aluízio Alves, uma das vozes mais marcantes da história do rádio no Agreste Meridional. Responsável por transformar a Ronda Policial, da Rádio Jornal Garanhuns, em um dos programas mais ouvidos em sua época na região, Aluízio tornou-se referência em comunicação popular, prestação de serviço e jornalismo policial.
Natural de Correntes, iniciou carreira como operador e repórter, até se consolidar como âncora de forte credibilidade. Sua morte repentina, em 12 de dezembro de 2007, durante uma edição do programa, causou enorme comoção entre ouvintes, colegas e autoridades da época.
Ao longo dos anos, a saudade permaneceu — e a voz de Aluízio segue ecoando na memória coletiva dos garanhuenses.
Depoimentos de ouvintes que viveram a época de Aluízio Alves
Maria José (bairro Magano)
“Eu acordava todo dia com o rádio ligado só para ouvir Aluízio. Ele falava como se estivesse conversando com a gente. Até hoje sinto falta daquele jeito firme, mas ao mesmo tempo humano.”
Everaldo Bezerra (Heliópolis)
“Ninguém cobrava as autoridades como ele. O que saía na Ronda Policial, no mesmo dia já tinha resposta. Era respeito.”
Dona Teresinha (Boa Vista)
“Para mim, a morte dele foi como perder um parente. O rádio nunca mais teve aquela força que Aluízio dava.”
João da Silva, mototaxista
“Aluízio falava nossa língua. A gente se sentia representado. Quando eu trabalhava cedo, a Ronda era minha companhia.”
Gilmar Ferreira (Indiano)
“Lembro até hoje dos bordões, da entonação, da coragem. Tem gente boa hoje no rádio, mas igual a ele não teve mais.”
Carla Menezes, comerciante
“Ele ajudava as pessoas. Se alguém precisava de um remédio ou de uma consulta, ele mobilizava a cidade.”
José Adailton (Cohab II)
“A morte dele me marcou. Eu tinha 16 anos e acompanhava todo dia. Foi como ver um pedaço da cidade indo embora.”
Raimunda Torres (Centro)
“A Ronda Policial com Aluízio era serviço público. Ele resolvia problema de água, energia, saúde… Ele era a voz do povo.”
Depoimento de Beto Lopes, filho de Aluízio Alves
Com a voz embargada, Beto Lopes, filho de Aluízio, lembra que além do legado profissional, carrega no rosto a herança mais visível do comunicador: “Muita gente me encontra na rua, olha para mim e diz: ‘Você é a cara de seu pai’. E eu sempre respondo que isso é uma honra enorme. Quando me olho no espelho, vejo um pedaço dele ali — e isso acalenta a saudade. Meu pai vive na memória da cidade, mas também vive em mim, no meu jeito, na minha fisionomia, no que ele me ensinou. Saber que Garanhuns ainda sente falta dele me emociona, porque mostra que sua voz, sua força e seu coração não foram esquecidos.”
Depoimento de Adamek Clayton, filho de Aluízio Alves
Com profunda emoção, Adamek Clayton, também filho de Aluízio, descreve o pai como um farol que continua iluminando sua vida: “Meu pai foi meu maior exemplo de força, caráter e humanidade. Cresci vendo o amor que ele tinha pelo rádio e pelas pessoas, e isso me marcou para sempre. Até hoje, quando alguém fala o nome dele, meu coração aperta, mas ao mesmo tempo se enche de orgulho. A ausência dói, mas o legado que ele deixou é maior que a saudade. Eu carrego no peito tudo o que ele foi — o profissional gigante, o homem justo. Saber que Garanhuns ainda lembra dele com tanto carinho me faz sentir que meu pai continua vivo na história e no coração do povo.”
A lacuna no rádio local

Mesmo com novos comunicadores, o espaço deixado por Aluízio Alves no rádio de Garanhuns ainda é lembrado como insubstituível. Sua forma de narrar casos policiais, cobrar respostas de autoridades e conversar com a população criou um estilo próprio, que moldou gerações de ouvintes e influenciou diversos profissionais que surgiram depois.
Garanhuns, 18 anos depois, ainda guarda com carinho e saudade a memória da voz que se tornou parte da rotina da cidade.
Postado Por: Paulo Fernando






